“Toda criança merece crescer com saúde, alegria e dignidade. E cada um de nós pode e deve fazer parte dessa construção.”
Hoje falamos sobre obesidade infantil, não como uma sentença, mas como um desafio transformável. Entendemos suas causas, seus impactos e, sobretudo, os caminhos possíveis para a prevenção.
Mas o verdadeiro poder não está apenas nos dados está nas ações do dia a dia:
no lanche que oferecemos,
no tempo que dedicamos, na escuta atenta,
no exemplo silencioso que damos em casa, na escola ou em qualquer espaço de convivência com uma criança
“É mais fácil construir crianças fortes do que consertar adultos quebrados.” Essa frase de Frederick Douglass nos lembra da urgência e do valor do cuidado precoce.
“Toda criança carrega dentro de si o potencial de um mundo melhor. Quando alimentamos esse potencial com cuidado, presença e escolhas saudáveis, não estamos apenas prevenindo doenças estamos cultivando felicidade, dignidade e futuro.”
Prevenir a obesidade infantil é mais do que um dever é um ato de amor. É amor, quando compartilhado, transforma realidades.
A criança não sai de casa para comprar refrigerante, biscoito recheado ou salgadinho. Alguém coloca isso no carrinho. Alguém entrega isso à mesa. Alguém dá esse ‘presente’ com a melhor das intenções mas com consequências reais para a saúde.”
Cuidar da alimentação de uma criança é um ato de responsabilidade profunda. É proteger o futuro dela com escolhas feitas no presente. Amor também é limite. Cuidado também é exemplo.
Quando eu disse que “alguém coloca o doce no carrinho”, estou chamando atenção para o fato de que as crianças não têm autonomia de escolha e consumo como os adultos. Elas são influenciadas e muitas vezes completamente dependentes das decisões dos pais, responsáveis e cuidadores.
Ou seja:
Elas não compram, alguém compra.
Elas não escolhem o que entra na dispensa, alguém escolhe.
Elas não cozinham, alguém serve.
“Quando você pensa em saúde infantil, o que vem à sua mente primeiro: brincadeira, risadas, energia?”
E se eu te dissesse que milhões de crianças no mundo, e também aqui no Brasil, hoje estão enfrentando uma epidemia silenciosa, que impacta não só o corpo, mas também os sonhos delas?”
Vamos falar a respeito disto? Para mim é motivo de alegria poder estar aqui, dividindo com vocês um tema que está me preocupando muito: a obesidade infantil. Não estamos falando apenas de números vistos na balança, mas sim de uma realidade que envolve saúde física, emocional e social de nossas crianças.
Estamos vivendo em um tempo em que a infância está cercada por estímulos muito rápidos, alimentos processados, telas brilhantes e muitas vezes, rotinas bastante desequilibradas. E o resultado que temos observado: crianças cansadas, ansiosas, sedentárias e até muitas vezes, invisibilizadas.
Meu objetivo é procurar centrar numa reflexão aprofundada sobre este tema, porém dentro de uma grande empatia. Vamos conversar sobre causas e consequências, mas principalmente, sobre os caminhos que conhecemos e poderemos colocar em prática para tornar efetivas mudanças permanentes.
Vamos falar sobre o papel das famílias, das escolas, da sociedade e de cada um de nós na construção de um futuro mais saudável, porque, no fundo, cuidar das nossas crianças é cuidar do amanhã.
“Se a obesidade infantil fosse uma epidemia visível, talvez já tivéssemos declarado estado de emergência.”
Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estão com sobrepeso ou obesidade em todo o mundo. E o Brasil não está fora dessa curva preocupante.
Dados recentes do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) apontam que uma em cada três crianças brasileiras de 5 a 9 anos apresenta excesso de peso – e quase 15% já têm obesidade diagnosticada.
Esses números refletem não apenas mudanças no padrão alimentar e no nível de atividade física, mas também desigualdades sociais, acesso desigual à informação e desestruturação de rotinas familiares.
Em outras palavras, a obesidade infantil não é apenas uma questão de escolha individual — é também reflexo de um ambiente que precisa ser transformado.
“E talvez o mais preocupante: uma criança com obesidade tem até 80% de chance de se tornar um adulto obeso, perpetuando esse ciclo por gerações.”
“A obesidade infantil não é culpa, é contexto, e mudar o contexto é uma responsabilidade social.”